As vinculações positivas e significativas funcionam como um refúgio seguro contra os efeitos do stresse e da incerteza, facilitam o crescimento pessoal e o desenvolvimento emocional. A proximidade é um remédio natural contra a ansiedade, a angústia, as vulnerabilidades e as frustrações da vida. Mas, e quando é a própria relação que se torna a fonte dessas frustrações, medos e angústias?
Uma relação que não cumpra as suas funções de envolvimento emocional e espaço de vulnerabilidade segura não fornece as condições de vinculação necessárias para se manter como uma relação saudável. É essencial que as partes estejam dispostas a criar as condições para se permitirem mostrar as suas fragilidades, os seus receios e fraquezas e a compreender e aceitar as emoções do outro. Quando estas condições não são conseguidas, as partes tendem a lidar com essa frustração à sua maneira. Há pessoas que se calam e sofrem passivamente e há pessoas que partem para as queixas e acusações. Em qualquer dos casos há sofrimento e, frequentemente, a relação tende a escalar para uma multiplicação de discussões, acusações mútuas e agressões que são cada vez mais difíceis de desmontar. Muitas vezes o único alívio que as pessoas encontram é a separação e o divórcio.
A maior parte das vezes, contudo, as relações são recuperáveis, na verdade são tão mais recuperáveis quanto mais cedo forem trabalhadas. Há ainda uma grande resistência para pedir ajuda profissional, a terapia está muito conectada com a ideia de doença mental e vulgarmente a doença mental é vista como ser “maluco”. Não há nada de maluco em pedir ajuda! Pelo contrário, parece até pouco razoável desistir de uma relação, que já foi boa, com todas as dores e prejuízos que a separação acarreta, sem sequer experimentar lutar por ela! Lutar por uma relação moribunda significa fazer as coisas de maneira diferente, não é necessariamente uma maneira difícil, mas terá de ser diferente. Mas como podem os casais saber quais as ações adequadas sem ajuda? Normalmente estão mais focados nos alvos das discussões do que nas verdadeiras causas da insatisfação. Raramente as discussões são a verdadeira causa do problema. As discussões são um sintoma, tal como a febre pode ser um sintoma de uma qualquer virose ou de uma infeção. Sem saber a origem do sintoma não é possível aplicar o tratamento adequado. As possibilidades são imensas e as ações que funcionam não são provavelmente aquelas que podem parecê-lo à primeira vista. É aqui que uma ajuda profissional pode fazer a diferença essencial para progredir na direção certa com segurança e confiança.
Pedir ajuda profissional para recuperar uma relação de casal insatisfatória não é uma fraqueza e decididamente não é coisa de malucos. A ajuda profissional é adaptada às características do conflito e às características dos intervenientes. Quanto mais precoce é a intervenção mais fácil e rápida é a resolução. A ajuda profissional adequa-se a vários graus de insatisfação, desde a prevenção à terapia, desde queixas de perda de entusiasmo na relação, até conflitos largamente instalados.
A sua relação merece uma oportunidade de ser melhor?
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